Acusada de matar grávida para ficar com bebê vai à júri popular em SP
Mirian Siqueira asfixiou adolescente e retirou feto do útero com faca, diz MP.
Em depoimento à polícia, ré afirmou que havia mentido gestação à família.
Acusada de esfaquear e matar uma adolescente grávida e tirar o feto do útero da vítima, Mirian Aparecida Siqueira, de 25 anos, vai a júri popular. A data do julgamento ainda não foi determinada, segundo o Ministério Público, uma vez que as testemunhas e a própria ré ainda precisam ser ouvidas pela Justiça.
Procurada pelo G1, a advogada Alhana Karine Costa Silva, que representou a acusada na fase de inquérito policial, não se manifestou até a publicação desta matéria.
Valíssia Fernandes de Jesus, de 15 anos, foi morta dentro da casa de Mirian, em outubro desse ano, após ser levada ao local pela acusada, dizendo que lhe daria um sapatinho de bebê. O corpo da jovem foi achado pelo marido de Mirian dentro de um tambor no quintal. O feto estava enrolado a uma toalha, no banheiro da residência.
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Segundo o delegado Maurício José Nucci, Mirian confirmou em depoimento que tinha a intenção de ficar com o bebê da vítima porque havia mentido aos familiares dizendo que estava grávida. Ela também mentiu ao marido, ao afirmar que o feto achado no banheiro era fruto de um aborto.
Mirian foi denunciada por homicídio com quatro agravantes, entre eles dissimulação - uma vez que teria forjado uma situação para levar a jovem até sua casa -, uso de meio cruel - por matar Valíssia estrangulada -, e motivo torpe - por retirar o feto do útero da vítima.
A Promotoria também considerou que o assassinato foi praticado "com intuito de assegurar a execução de outro delito", ou seja, roubar a criança. Mirian ainda foi denunciada pelos crimes de aborto provocado sem o consentimento da mãe, ocultação de cadáver e por modificar a cena do crime.
Mirian se entregou à Polícia Civil dois dias após o homicídio e cumpre prisão preventiva na Penitenciária Feminina de Tremembé (SP). O promotor Leonardo Bellini de Castro Carvalho afirmou que o caso passou a ser tratado em segredo de Justiça para garantir a integridade física da acusada.
"O crime doloso contra a vida é julgado por júri popular, salvo se for detectado que ela tem algum problema psiquiátrico. Nesse caso, pode ser aplicada uma medida de segurança. Mas, pelo que foi dito pelas testemunhas, ela não tinha nenhum histórico de problema mental", afirmou Carvalho.
Testemunha
Em depoimento, o marido de Mirian contou que, antes do crime, viu a mulher e a adolescente chegando ao imóvel, mas saiu em seguida. Ao voltar, encontrou Mirian lavando o quintal e não desconfiou de nada. Ele entrou, pegou a carteira e saiu novamente.
Em depoimento, o marido de Mirian contou que, antes do crime, viu a mulher e a adolescente chegando ao imóvel, mas saiu em seguida. Ao voltar, encontrou Mirian lavando o quintal e não desconfiou de nada. Ele entrou, pegou a carteira e saiu novamente.
Quando voltou para casa pela segunda vez, o marido disse ter encontrado Mirian na calçada, visivelmente nervosa. Segundo ele, a mulher contou que pegou uma faca e golpeou Valíssia no abdômen, após ser agredida por ela.
O marido também disse em depoimento que Mirian relatou ter sofrido um aborto espontâneo após ser agredida por Valíssia e que o feto era do casal. Entretanto, não foram encontrados indícios do suposto aborto e o laudo confirmou que se tratava do bebê de Valíssia.
O delegado descartou a participação dele no crime.
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