Ministro da Justiça diz que líderes de massacre vão para presídios federais
Ministro Alexandre de Moraes chegou em Manaus nesta segunda (2).
Visita ocorre após onda de fugas, mortes e rebeliões em presídios do AM.
O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, e o governador do Amazonas, José Melo, se reuniram na noite desta segunda-feira (2) para definir ações para reordenar o sistema prisional do estado. De acordo com ele, os responsáveis pelo massacre de 60 presos serão transferidos para presídios federais do Brasil. Em 24 horas, fugas, mortes e rebeliões ocorreram em quatro unidades de detenção de Manaus.
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Moraes desembarcou na capital às 20h20. Do Terminal 2 do Aeroporto Eduardo Gomes, ele e o governador seguiram direto para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Zona Centro-Sul.
Segundo ele, os líderes da rebelião ainda não foram identificados. Entretanto, a Polícia Civil já instaurou inquérito para identificar os responsáveis pela rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) - considerado o maior massacre da história do sistema prisional do Amazonas.
"A polícia já instaurou inquérito. Para os líderes que participaram haverá o pedido de transferência para presídios federais", informou em coletiva.
O ministro disse que conversou com José Melo e com o presidente Michel Temer para traçar um panorama da atual situação carcerária do Amazonas. Segundo ele, medidas foram pensadas a longo e curto prazo. "Além da identificação dos autores, nos colocamos à disposição para dar apoio ao IML para acelerar na identificação dos corpos", disse.
Ele destacou ainda o repasse de R$ 45 milhões para o estado, para investimento em unidades prisionais. Em todo Brasil R$ 32 milhões foram repassados para construção de novos presídios. "Aqui no Amazonas será possível o aumento de 1,2 mil vagas em penitenciárias, somadas as 3,6 mil vagas que vão estar disponíveis em uma Colônia Penal Agrícola e dois CDPs, que devem ficar prontos e solucionar essa superlotação", informou o ministro.
A partir do repasse, que ocorreu dia 29 de dezembro, segundo o ministro, será possível fazer a separação dos presos de acordo com a gravidade e reincidência em crimes. "Isso é algo que a constituição diz desde 1988, mas infelizmente não ocorre. Essa primeira liberação vai permitir que comecemos isso", afirmou.
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes, informou que a briga entre facções, que desencadeou a rebelião, pegou as autoridades de surpresa. "O confronto sempre existiu e se agravou mais a partir de 2016, por causa da situação do Rio de Janeiro. A Inteligência sabia que poderia ter alteração, mas não entre facções, e sim para retomada das lideranças, em decorrência da prisão da La Muralla há um ano, em que os presos foram para presídios federais", contou.
O Governo Federal ofereceu a Força Nacional ao Amazonas, entretanto, o governador informou que não há a necessidade de atuação no estado. "Não há necessidade da Força Nacional. Não há uma situação de insegurança pública. Houve uma situação dura, muitas mortes dentro do presídio, mas não extrapolou para fora, então não houve essa necessidade", justificou Alexandre de Moraes.
PM nos presídios
Ao fim da coletiva, o governador José Melo informou que a Polícia Militar deve fazer a segurança permanente dentro das penitenciárias. Uma força-tarefa entre os órgãos de segurança está sendo realizada para dar celeridade ao processo de identificação dos responsáveis pelas rebeliões.
Ao fim da coletiva, o governador José Melo informou que a Polícia Militar deve fazer a segurança permanente dentro das penitenciárias. Uma força-tarefa entre os órgãos de segurança está sendo realizada para dar celeridade ao processo de identificação dos responsáveis pelas rebeliões.
Além disso, ele anunciou a construção de três novos presídios no estado. "Já temos terreno, os projetos estão prontos. Um presídio será construído em Parintins e outro em Manacapuru. Uma penitenciária agrícola vai começar esse mês, porque eu quero segregar o bandido que matou todas essas pessoas ligadas ao tráfico, daquele preso que, em um ato desatino, matou ou roubou alguém e hojé está junto com os outros, como se aquilo fosse uma escola do crime", completou Melo.
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