O deputado estadual e candidato à reeleição, Mauro Savi (DEM), comparou sua situação à do ex-presidente Lula (PT) durante entrevista à Rádio Capital na manhã desta quarta-feira (5). Liberado há poucos dias da prisão, o parlamentar parafraseou o petista e disse que será julgado nas urnas. “A pessoa Lula foi condenada em segunda instância e tem 39% dos votos ou de aprovação eleitoral. No caso, eu não fui condenado e tenho o direito da candidatura. Quem vai me julgar é o eleitorado; é a urna e eu respeito isso como respeitei sempre”, afirmou.
Savi também comentou que não teme perder as eleições e perder o foro privilegiado. Em sua explicação, o deputado pontuou que foi detido preventivamente mesmo estando em mandato parlamentar e tendo foro privilegiado. “Eu fui preso no mandato, 107 dias sem dizer nada. Então a questão do foro, eu não entendo porque eu teria preocupação com foro. Agora, com foro ou sem foro você vai preso igual. Eu fui preso no mandato e estou tentando me reeleger, só isso”, afirmou.
Devido ao seu estado de restrição de liberdade, o deputado não pôde participar das convenções partidárias e não teve seu nome homologado, o que impediria sua candidatura este ano. Ontem (4), porém, o empresário Jeremias Prado dos Santos (DEM), renunciou sua candidatura, abrindo a possibilidade de o partido substituir seu registro pelo de outra pessoa.
A situação foi fundamental para que Savi pudesse registrar sua candidatura. Apesar da coincidência, o deputado afirmou na entrevista que não conhece o ex-candidato e que sequer falou com ele. “Eu, em nenhum momento, conversei com Jeremias e não o conheço. Pode certificar juntamente a ele”, disse.
O candidato também comentou que respeita o posicionamento de seus correligionários Mauro Mendes, candidato ao Governo, e Jayme Campos, postulante ao Senado. Durante a reunião dos líderes partidários, os dois foram os únicos a votar contra o apoio da sigla à candidatura do parlamentar.
Mauro Savi permaneceu preso preventivamente por 107 dias no Centro de Custódia da Capital (CCC). Caso o parlamentar permanecesse detido por mais 13 dias, perderia seu cargo na Assembleia Legislativa.
O democrata foi preso na deflagração da 2ª fase da Operação Bereré, batizada de “Operação Bônus”, que apura um suposto esquema de desvio de dinheiro na ordem de R$ 30 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT). Savi é apontado como líder do esquema. Além de Mauro Savi, chegaram a ser presos pelas fraudes, mas também estão soltos o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, o advogado Pedro Jorge Taques, e os empresários Roque Anildo Reinheimer, José Kobori e Claudemir Pereira dos Santos, o “Grilo”.
REDUÇÃO DOS BENS
Das eleições de 2014 para o pleito deste ano, o patrimônio do deputado foi reduzido em cerca de 90%. Naquela ocasião, o parlamentar declarou ao Tribunal Regional Eleitoral ter R$ 2,2 milhões em bens.
Neste ano, sua declaração aponta que ele possui R$ 222,5 mil. À imprensa, o deputado afirmou que o montante era referente as contas em conjunto com sua ex-esposa.
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